Quatro anos após a criação do Arquivo Público do Estado da Bahia, fundado por Francisco Vicente Viana, em 1890, afim de recolher a documentação de caráter público da Bahia, nascia o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, entidade privada, instituída por um grupo de idealistas, interessados no culto à geografia, à história e ciências afins.

 

O Arquivo Histórico do IGHB existe desde a sua inauguração, embora não tendo sido firmado com a mesma designação, ora em uso. É que, desde o seu 1º Estatuto, datado de 1894, consta, entre outras, serem da finalidade do novo organismo cultural: coligir, verificar, arquivar e publicar as tradições e os documentos históricos, que lhe for possível obter ou que tiver notícia, principalmente, os referentes ao Estado da Bahia. Para esse mister, criou-se uma comissão encarregada de cuidar dos manuscritos, autógrafos e documentos e outra incumbida de reunir e preservar: mapas, cartas geográficas, plantas e edifícios do Estado.

 

Em 1914 foi aprovado novo Estatuto, mantendo-se as mesmas finalidades do anterior, firmando–se porém o termo específico Arquivo. Coube ao Secretário Geral do IGHB  o encargo de superintendê-lo. Foi mantida a Comissão de manuscritos, autógrafos e manuscritos e estabelecida a existência de uma arca especial de sigilo, na qual seriam guardados todos os manuscritos secretos, a serem publicados  em épocas determinadas.

 

Durante os anos que se seguiram, a situação permaneceu a mesma, não funcionando independentemente da biblioteca o acervo documental.

 

Mas, somente na reforma de 1997, na primeira gestão da Profa. Consuelo Pondé de Sena, que é sentida a necessidade premente de conceder ao acervo documental da Casa da Bahia sua específica destinação, tendo então sido criada a diretoria do Arquivo Theodoro Sampaio, confiado à arquivista e bibliotecária Zita Magalhães Alves a sua direção. A presidência da instituição, apesar dos parcos recursos que administra, mantém ininterruptamente um estagiário de Arquivologia no setor.

 

Cabe sublinhar neste instante o zelo e a dedicação da diretora, pontual e eficiente, malgrado as deficiências técnicas e espaciais em que estão alocados os documentos da Casa. O exíguos e inadequados espaços, onde são preservados a documentação não oferecem  condições para serem implementadas as tecnologias atuais de conservação e guarda dos papéis.

 

Cabe ressaltar, porém, que a coleção do IGHB reúne preciosidades, tais como: manuscritos de poemas de Castro Alves, Cartas de Antônio Conselheiro, sugestão de Pedro Deway para que se realizasse a abolição gradativa da escravidão na Bahia, autógrafos da Sóror Joana Angélica, partituras do Te Deum do Maestro Damião Barbosa, partituras de Alfredo Correia. Além desses papéis de elevado interesse histórico, possui os arquivos particulares de: Dr. Theodoro Sampaio, Dr. Antônio Moniz Ferrão, Dr. Braz do Amaral, Cons. Angelo Moniz da Silva Ferraz, Manoel Ignácio da Cunha Menezes (Barão do Rio Vermelho), Cons. João Ferreira de Moura, Mal. Aristóteles de Souza Dantas, Sra. Joselita Almeida (recortes de jornais), Dr. Mário Piva (recortes de artigos na imprensa), Dr. Carlos Alberto de Carvalho, alguns documentos do historiador Pedro Calmon, Cartas do Dr. Severino Vieira, documentos do Dr. Maurício Wanderley Pinho, da folclorista e Acadêmica, Profa. Hildegardes Viana e ainda da Profa. Consuelo Pondé de Sena.

 

Todas essas preciosidades necessitam de espaço adequado, pois se encontram mal acondicionadas em armários de madeira, sujeitas ao ataque dos insetos, enfim, de dificílima organização. Acrescem a todos esses inconvenientes, a urgente necessidade de restauração de muitos documentos, que estão se deteriorando ao longo do tempo, sem falar da premência de novos equipamentos, indispensáveis  à guarda e utilização desses papeis.

 

Fotografias existentes no Arquivo Theodoro Sampaio: Álbuns do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, Revolta de 1923/24- Batalhão de Polícia Baiana no Sul, Visita de Sacadura Cabral e Gago Coutinho à Bahia, Região do Javari, Base de Serviço (IBGE ), etc.

 

Dentre as fotografias destacam–se: Instituto Agrícola da Bahia, Passagem de Getúlio Vargas em Lobato, Passagem do Ministro Mendonça Lima na Bahia, Antonio Carlos de Souza Dantas (Chefe de Polícia na Bahia em 1912) Embarque de JJ Seabra para o Rio de Janeiro, ao lado de Antonio Moniz, em abril de 1916, entre outras.